12 Congressos sobre o Alentejo ( 1985-2001 )
O XII Congresso do Alentejo, marcado para 28, 29 e 30 de
Setembro próximo, em Monforte será seguramente
um grande fórum democrático de debate dos problemas
do Alentejo.
O Congresso sobre o Alentejo, representativo das diferentes
opiniões e sensibilidades dos alentejanos tem atrás
um historial que, ao longo da última década
e meia tem procurado abordar as questões que em cada
momento assumem maior relevância.
Neste princípio de século, os estudos e as
propostas dos congressos efectuados constituem um valioso
património de conhecimentos e experiências, incontornáveis
sempre que se trata de encontrar soluções para
a persistente crise económica e social que caracteriza
o Alentejo.
As primeiras notícias dando conta do interesse de
círculos próximos da Casa
do Alentejo em Lisboa em reunir um Congresso Alentejano
remontam a 1932 e 1933, quando se realizaram o I e o II Congressos
de Imprensa Alentejana. Apesar de várias tentativas
ao longo do tempo, só volvidos 50 anos, em 1985, nas
condições de liberdade e vivência democrática
que o 25 de Abril proporcionou, foi possível concretizar
o sonho.
O I Congresso sobre o Alentejo teve lugar em Évora,
de 25 a 27 de Outubro de 1985, sob o lema "Semeando Novos
Rumos". Participaram cerca de 600 congressistas e foram
apresentadas 140 comunicações, tendo sido debatidos,
em 11 mesas, três grandes temas: "O Homem e o seu
Enquadramento Social e Cultural", "Recursos, Ciência
e Técnica" e "Economia e Desenvolvimento
Regional" (tendo sido neste último tema abordadas
questões como a agricultura e a estrutura fundiária,
os grandes projectos e as linhas de desenvolvimento, a regionalização
e o desenvolvimento).
Beja acolheu o II Congresso sobre o Alentejo, de 15 a 17
de Maio de 1987, de novo com o lema "Semeando Novos Rumos".
Foram tratados vários temas: História, Cultura
e Sociedade no Desenvolvimento do Alentejo, Desenvolvimento
Endógeno e Regionalização.
Concebido como fórum bienal, o Congresso Sobre o Alentejo
reuniu-se pela terceira vez em Elvas de 5 a 7 de Outubro de
1989. Ainda com o lema "Semeando Novos Rumos", centrando
os debates nos problemas do desenvolvimento equacionados na
óptica da integração de Portugal no Mercado
Comum, foram debatidos, na perspectiva do Desenvolvimento
e Integração Europeia, a agricultura e a agro-indústria,
a indústria e as suas potencialidades, o ensino e a
investigação, e o planeamento e a regionalização,
além da temática Sociedade, Cultura e Património.
Sines acolheu o IV Congresso Sobre o Alentejo, a 30, 31 de
Maio e 1 de Junho de 1991, com o mesmo lema, mas com o tema
"Uma Década para Recuperar o Atraso". Os
trabalhos foram distribuídos por cinco secções:
Desenvolvimento e Regionalização; Agricultura,
Agro-indústria e Pecuária; Turismo e Ambiente;
História, Cultura e Sociedade; e Ciências do
Mar, Pesca e Aquacultura. Recorde-se que, em Sines, o Congresso
prestou homenagem à artista Euníce Munhoz.
O V Congresso Sobre o Alentejo, convocado em sessão
extraordinária, teve lugar em Beja, a 13 de Junho de
1992, sendo o tema "Água, Factor de Desenvolvimento",
face à existencia de um priudo de prolongada seca.
Foi exigido com grande veemência - tal como acontecera
nos anteriores congressos - a construção do
empreendimento de fins múltiplos de Alqueva, como factor
de desenvolvimento da região.
A 28, 29 e 30 de Maio de 1993, o VI Congresso Sobre o Alentejo
reuniu-se em Portalegre, ainda "Semeando Novos Rumos"
mas colocando a reflexão em torno de "O Alentejo
e a Europa Comunitária - Desenvolvimento Transfronteiriço".
Esta temática, do desenvolvimento transfronteiriço,
a água, a cultura e o património, o turismo
e o ambiente, bem como a regionalização administrativa
voltaram a estar no centro das atenções dos
congressistas, em debates organizados por diversos painéis.
Em Portalegre, foram homenageados José Régio,
Salgueiro Maia, e Túlio Espanca.
Dez anos depois, o grande fórum alentejano voltou
a Évora, ali se realizando a sua sétima edição.
Sempre "Semeando Novos Rumos", o VII Congresso decorreu
de 12 a 14 de Maio de 1995 na Universidade
de Évora, para reflectir sobre "O Alentejo
no limiar do século XXI - A diáspora alentejana
e os cenários de futuro". Diversos painéis
trataram temas como demografia regional, regionalização,
identidade cultural, Alqueva e desenvolvimento agrícola,
ambiente e recursos hídricos, a indústria e
a agro-indústria, as cidades alentejanas.
Convocado de novo em sessão extraordinária,
o VIII Congresso Sobre o Alentejo realizou-se em Moura, a
6 de Abril de 1996, para debater, uma vez mais, o tema "Regionalização
e Desenvolvimento". Mais de 500 congressistas reafirmaram,
em clima de consenso alargado, a necessidade da regionalização,
tendo a maioria defendido a criação de uma única
região administrativa no Alentejo.
O IX Congresso Sobre o Alentejo, ordinário,
reuniu-se em Estremoz, de 26 a 28 de Setembro de 1997, com
o tema "Alentejo, Políticas e Instrumentos para
o Desenvolvimento". Com trabalhos repartidos por diferentes
painéis, o Congresso reafirmou a importância
do empreendimento de Alqueva e da instituição
da região administrativa do Alentejo para o desenvolvimento
regional. Foram prestadas homenagens a Aníbal Falcato
Alves, José Sena e Vítor Paquete.
O X Congresso Sobre o Alentejo, extraordinário,
realizou-se a 17 de Outubro de 1998, na vila de Serpa. Mais
de 500 participantes debateram o tema "Regiões
Administrativas - Factor de Coesão e Desenvolvimento",
subdividido em dois subtemas: "Órgãos Regionais
- Competências e Atribuições, Financiamento
e Relações Institucionais" e "A Região
como Factor de Desenvolvimento".
Em 1999, o Congresso Sobre o Alentejo voltou ao Litoral Alentejano,
reunindo-se pela 11ª edição
em Santiago do Caçém, a 17, 18 e 19 de Setembro,
onde os participantes debateram em plenário o tema
"Descentralizar, Investir, Desenvolver - Uma Aposta no
Futuro". Foi prestada homenagem a António Alexandre
Raposo.
Em suma: ao longo destes 16 anos, desde o I Congresso Sobre
o Alentejo, em 1985, em Évora, os grandes problemas
do Alentejo e do País - de Alqueva à regionalização,
sempre com a ideia do desenvolvimento presente - têm
sido tratados no grande fórum sobre a nossa região.
É neste sentido - debater os grandes problemas actuais
e futuros do Alentejo - que, uma vez mais, se vai realizar
o Congresso, agora na sua 12.ª edição,
em Monforte, com o lema "25 Anos de Poder Local Democrático
no Alentejo - Participação, Desenvolvimento
e Qualidade de Vida", subdividido em dois temas - "Valorização
do Território, Desenvolvimento e Qualidade de Vida"
e "Poder Local, Cidadania e o Futuro".
Monforte, Junho de 2001
O Secretariado do XII Congresso Sobre o Alentejo
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