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Comunicações
"Plano Estratégico
de Cooperação Transfronteiriça:
Os Eixos Estruturantes de Intervenção"
Associação de Municipos
do Distrito de Beja
O presente documento, tem como base as necessidades
detectadas pelas entidades que representam as regiões
fronteiriças Baixo Alentejo Algarve - Huelva
(Associação de Municípios do Distrito
de Beja, Associação de Municípios Hispano-Lusa
"ANAS" e Diputación Provincial de Huelva).
Pretende iniciar uma política de cooperação
transfronteriça direccionada para promover o desenvolvimento
económico e social nestas terras que partilham a geografia
de fronteira, estabelecendo linhas de actuação
para os próximos anos.
Numa primeira parte, elaborou-se um diagnóstico
da zona, assim como uma proposta de estratégia para
a sua articulação territorial, definiram-se
medidas a aplicar, tendo como base o consenso e a aceitação.
É o resultado de propostas apresentadas pelos interlocutores
sociais, económicos e outros organismos competentes
de cada uma das regiões, assim como de experiências
de cooperação anteriormente desenvolvidas através
de distintos programas e iniciativas comunitárias.
O Plano Estratégico de Cooperação
Transfronteiriça Huelva-Algarve-Alentejo caracteriza-se
pelo seu carácter integrador, ao compilar num único
documento todas as contribuições realizadas
em ambos os lados da fronteira. As três entidades, participaram
de forma activa no processo de tomada de decisão e
realização do trabalho, o que enriqueceu enormemente
o conteúdo do mesmo.
Em 1989 a Comissão Europeia, com o
objectivo de contribuir para a eliminação gradual
das fronteiras entre os Estados membros, levou a cabo uma
serie de iniciativas que possibilitaram superar algumas das
dificuldades geradas pela sua situação geográfica
e preparar-se para a respectiva integração no
Mercado Único. Uma destas Iniciativas Comunitárias
foi o INTERREG, que pretende que as fronteiras nacionais não
constituam um obstáculo ao desenvolvimento equilibrado
e à integração do território europeu.
O INTERREG foi aprovado em 1990, numa primeira
fase vigorou até 1993. Posteriormente, no período
1994-1999 foi aprovada a iniciativa INTERREG II, direccionado
para o fomento das possibilidades/potencialidades especificas
das regiões fronteiriças interessadas.
Actualmente, foi aprovado, para o período
2000-2006, o INTERREG III, que introduz algumas alterações,
fruto da experiência adquirida durante as duas iniciativas
anteriores. Concebe o alargamento da Comunidade, aumentando
a área fronteiriça interior e uma alteração
substancial das suas fronteiras orientais. Pretende fomentar
a coesão económica e social da União
Europeia e possibilitar um desenvolvimento harmonioso do território
comunitário.
A região do Baixo-Alentejo e Algarve
e a província de Huelva, situadas no extremo Sudoeste
da Europa, constituem uma zona fronteiriça, Espanha-Portugal.
Entre estas regiões, sempre existiu uma barreira originada,
não apenas pela fronteira de países, mas também
pela sua separação física através
dos rios Guadiana e Chança, que dificultou a promoção
do desenvolvimento económico e social neste espaço.
Assim estas entidades têm consciência da importância
que assume o partenariado entre autoridades de países
vizinhos para elevar o nível de bem estar para as pessoas
destas regiões, quando falamos de fomentar pólos
económicos e sociais mediante estratégias comuns,
para um desenvolvimento territorial duradouro.
Desta forma, as entidades anteriormente mencionadas
analisaram, priorizaram e estruturaram as necessidades identificadas
pelos seus interlocutores económicos e sociais, assim
como por outros agentes nas suas zonas de actuação
(universidades, associações de diversa índole,
municípios, cidadãos em geral, etc.) a fim de
estabelecer estratégias comuns de desenvolvimento transfronteiriço.
Como resultado do trabalho desenvolvido foi
elaborado o presente "Plano Estratégico de
Cooperação Transfronteiriça Huelva-Algarve-Baixo
Alentejo", no qual foi definida um estratégia
de intervenção conjunta para a respectiva área
geográfica. Surgindo com o intuito de fomentar o desenvolvimento
e atenuar as disparidades estruturais do território,
sendo analisado numa óptica conjunta. o Plano foi estruturado
em cinco eixos prioritários de actuação,
dentro dos quais são propostas medidas e acções
básicas para o desenvolvimento da zona. O principal
efeito esperado é o reforço da coesão
social e económica através da cooperação
transfronteiriça o qual terá, por sua vez, um
efeito multiplicador no resto da União Europeia. Os
eixos prioritários de actuação são
os seguintes:
- Reestruturação do espaço transfronteiriço:
no qual se incluem medidas orientadas para a melhoria das
redes e serviços de transporte, informação
e telecomunicação.
- Valorização e preservação
de recursos comuns: as medidas são orientadas para
a protecção do meio ambiente, aumento da eficiência
energética, fomento de fontes de energia renovável
e para o fomento do desenvolvimento urbano e rural.
- Desenvolvimento económico, produção
e emprego: para o fomento do espírito empresarial
e o desenvolvimento de pequenas empresas.
- Fomento do intercâmbio e integração
social: inclui medidas destinadas a compartir centros de
investigação, recursos humanos, cultura, desporto,
integração no mercado de trabalho e fomento
da isenção social.
- Assistência técnica: como apoio à
elaboração de estratégias transfronteiriças
e aplicação do programa de cooperação.
As medidas propostas no âmbito destes
eixos, serão articuladas com base na participação
das Câmaras Municipais, dos Ayuntamientos e Mancomunidades
das povoações implicadas, empresas dos distintos
sectores, associações, grupos de acção
local, Universidades, organizações sindicais,
agentes de desenvolvimento local, etc. Estas medidas serão
coordenadas de acordo com as orientações incluídas
no INTERREG III pela Autoridade de Gestão Única,
em colaboração com as três Unidades de
Gestão, Coordenação e Avaliação
situadas no território.
Pretende-se deste modo, implicar a iniciativa
privada no desenvolvimento do Plano, considerando a sua participação
financeira no mesmo. O financiamento público actuará
como dinamizador da iniciativa privada. Os investimentos públicos
contemplados neste Plano Estratégico de Cooperação
Transfronteiriça obterão um valor acrescentado,
enquanto motores da economia local, fazendo com que surjam
novos investimentos privados, que sem esse impulso público
estariam impossibilitados.
Todo este trabalho foi possível graças
a uma práxis minuciosa de aproximação
ao território, que não se poderia levar a cabo
sem contar com a experiência adquirida pelos parceiros
das NUTS III participantes, na gestão de diversos programas
e iniciativas comunitárias, que, contando com o apoio
da Comissão Europeia, tem vindo a ser realizado nos
últimos anos. Assim, damos conta dos seus principais
eixos e medidas com vista a elevar o nível de bem estar
e qualidade de vida das populações dos territórios
da fronteira Sudoeste da Península Ibérica.
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EIXOS
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MEDIDAS
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I. Reestruturação do espaço transfronteiriço
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1
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Melhoria de estradas e centros intermodais
de transportes
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2
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Rede Telecomunicações
II
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3
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Sistema de informação
geográfica para gerir o território transfronteiriço
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4
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Rede de comunicação por
microondas para a administração pública
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II. Valorização e preservação
de recursos comuns
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1
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Projecto de gestão integrada
de recursos do meio ambiente
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2
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Conservação e reabilitação
do património
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|
3
|
Poupança e produção
de energias
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|
4
|
Fomento de actividades turísticas
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5
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Gestão integral da água
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6
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Infra-estruturas turísticas
transfronteiriças
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7
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Plano de emergências transfronteiriças
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8
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Rede de estações meteorológicas
e unidade de controlo do meio ambiente
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9
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Recuperação de vivendas
e albergues rurais
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III. Desenvolvimento económico, produção
e emprego
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1
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Rede de polígonos industriais
de carácter transfronteiriço
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|
2
|
Fomento dos recursos empresariais
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|
3
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Projecto integral de comercialização
de produtos autóctones
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|
4
|
Diversificação de actividades
económicas
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IV. Fomento do intercâmbio e integração
social
|
1
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Projecto Transguadiana: Feiras transfronteiriças
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|
2
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Centros transfronteiriço de
novas tecnologias e I+D
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|
3
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Rede de infantários transfronteiriças
para o fomento de emprego da mulher
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4
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Gabinete de iniciativas transfronteiriças
e promoção europeia
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5
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Desporto 2006
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|
6
|
Projecto intercultural transfronteiriço
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|
7
|
Observatório de acção
social transfronteiriço
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|
8
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Rede de estágios em empresas
transfronteiriças
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V. Assistência técnica
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1
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Assessoria e gestão
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